O delegado Edberg Oliveira, responsável pelo inquérito contra a dentista presa na noite dessa quinta-feira (23), detalhou os atendimentos realizados pela profissional, que resultaram em lesões graves após a aplicação de silicone industrial em mulheres.

A dentista cobrava R$ 2,5 mil por procedimento e realizava os atendimentos nas casas das pacientes, em um ambiente sem qualquer controle de higiene. Uma das vítimas relatou que a profissional chegou a usar uma xícara de café para misturar o produto antes de aplicá-lo.

Segundo a autoridade policial, quatro vítimas foram ouvidas: duas de Arapiraca, uma de Lagoa da Canoa e uma de Murici. Os procedimentos começaram por indicação da irmã da dentista, que realizou o mesmo procedimento nos glúteos e, após receber questionamentos de outras mulheres, acabou recomendando a profissional.

Em depoimento à polícia, a dentista afirmou que adquiriu o silicone de uma pessoa em Fortaleza-CE, mas que perdeu contato posteriormente.

“Ela disse acreditar que se tratava de uma substância adequada para colocar no corpo humano, o que foi constatado posteriormente que se tratava de silicone industrial. Cobrava dois mil e quinhentos reais pelo procedimento e aplicava o produto nas residências das vítimas, em ambientes sem controle algum de higiene. A prática causou sérias lesões nas vítimas e algumas pacientes chegaram a ser hospitalizadas com lesões graves”, disse o delegado Edberg Oliveira.

A Polícia Civil vinha investigando o caso e solicitou a prisão preventiva da dentista, que foi acatada pela Justiça. Ela vai responder pelos crimes de lesão corporal gravíssima e exercício ilegal da medicina.

“Ela é dentista e essa profissão só dá o direito de fazer procedimentos estéticos na face”, explicou o delegado, alertando a população para que procure clínicas especializadas e profissionais qualificados para este tipo de procedimento.

A profissional foi suspensa pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO/AL) e também responde a um processo ético-disciplinar, conforme a legislação vigente.